Nulidade de pleno direito: entenda este conceito jurídico

ilustraçao de nulidade de pleno direito

Você já ouviu falar em “nulidade de pleno direito“? Esse é um termo que pode parecer complicado, mas é muito importante no mundo jurídico. Ele se refere a situações em que um ato ou contrato é considerado inválido desde o início.

Neste artigo, vamos explicar tudo de maneira bem simples e clara, para que você possa entender direitinho esse conceito e sua importância.

O que é nulidade de pleno direito?

Para começar, vamos entender o que significa “nulidade de pleno direito”.

Quando afirmamos que um objeto é “nulo de pleno direito”, estamos essencialmente declarando que esse objeto não possui nenhuma validade, é como se nunca tivesse sido criado ou existido.

Este conceito é frequentemente aplicado em contextos legais, onde um contrato ou acordo pode ser considerado “nulo de pleno direito” se não cumprir certos requisitos legais, tornando-o inválido e sem efeito legal.

Portanto, é como se o contrato ou acordo nunca tivesse existido no olho da lei.

Vamos visualizar uma situação hipotética: duas pessoas, João e Maria, decidem firmar um contrato para a venda de uma propriedade.

No entanto, há um detalhe crucial – Maria, que está tentando vender a casa, na verdade não é a proprietária legítima do imóvel. Nesse cenário, o contrato que eles assinaram é considerado “nulo de pleno direito”. Isso implica que, do ponto de vista legal, o contrato é totalmente inválido e sem valor, como se nunca tivesse sido estabelecido. Não produz nenhum efeito jurídico e é desprovido de qualquer reconhecimento legal. Portanto, a casa permanece na posse do verdadeiro proprietário e a suposta venda é como se nunca tivesse ocorrido.

Exemplos de nulidade de pleno direito

Para facilitar a compreensão, vamos explorar alguns exemplos concretos de situações que resultam em “nulidade de pleno direito”:

1. Contrato com pessoa incapaz:

Qualquer contrato firmado por uma pessoa menor de 16 anos, sem a devida autorização, é considerado nulo de pleno direito (art. 3º do CC).

2. Contrato ilegal:

O artigo 166, inciso II, do Código Civil estabelece que é nulo o negócio jurídico quando “o objeto do negócio jurídico é ilícito, impossível ou indeterminável”.

Isto é, um contrato para a venda de drogas, por exemplo, por ser uma atividade ilegal, seria nulo de pleno direito.

3. Falta de um elemento essencial:

O artigo 104 do Código Civil estabelece que “a validade do negócio jurídico requer: I – agente capaz; II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei”.

Portanto, se um contrato não possui um desses elementos essenciais, como a assinatura de uma das partes, ele é considerado nulo de pleno direito.

Esses exemplos ilustram a aplicação da “nulidade de pleno direito” em diferentes contextos, reforçando a ideia de que um contrato ou acordo deve cumprir certos requisitos legais para ser considerado válido. Caso contrário, é como se nunca tivesse existido aos olhos da lei.

Diferença entre nulidade relativa e nulidade de pleno direito

A nulidade no campo do direito é um resultado da estrutura legal que visa assegurar a validade e a justiça em contratos, sentenças, casamentos e outros atos jurídicos.

Existem dois tipos principais de nulidade: nulidade de pleno direito (ou absoluta) e nulidade relativa.

1. Nulidade de pleno direito (ou absoluta):

Esta ocorre quando um ato é contrário a uma norma de ordem pública, ou seja, que é importante para proteger os interesses da coletividade.

Por exemplo, o casamento entre indivíduos que são menores de idade (menores de 18 anos) seria nulo, pois contraria a lei civil.

Neste caso, o ato é considerado inválido desde o início, como se nunca tivesse existido. Além disso, um ato nulo de pleno direito não pode ser convalidado.

2. Nulidade Relativa:

Também chamada de nulidade sanável, acontece quando o vício no ato pode ser corrigido ou convalidado, desde que a parte prejudicada alegue o problema em tempo hábil.

Estas nulidades geralmente dependem de impugnação oportuna por parte daquele afetado ou de seus representantes legais.

A nulidade relativa ocorre quando a exigência descumprida é imposta pela lei no interesse da parte. Neste caso, o ato é inicialmente válido, mas pode ser posteriormente contestado e anulado de acordo com certos defeitos ou irregularidades.

Por que a nulidade de pleno direito é importante?

A nulidade de pleno direito, também conhecida como nulidade absoluta, desempenha um papel crucial na manutenção da justiça e segurança nas relações jurídicas.

Imagine um cenário onde qualquer contrato, mesmo aqueles que são ilegais ou injustos, pudesse ser considerado válido. Isso resultaria em um caos generalizado e em uma proliferação de injustiças.

A nulidade de pleno direito serve como um escudo protetor para as pessoas contra contratos e atos que não deveriam produzir efeitos. Ela assegura que as leis sejam cumpridas e que os indivíduos não sejam prejudicados por atos inválidos.

Além disso, a habilidade de identificar um ato nulo de pleno direito é fundamental para prevenir complicações futuras. Se você estiver participando de um contrato, é de suma importância garantir que ele seja válido e que todas as partes envolvidas tenham a capacidade legal de firmar tal acordo.

Ademais, é importante ressaltar que a nulidade de pleno direito não pode ser convalidada, ou seja, mesmo que as partes envolvidas queiram manter o ato, ele será considerado nulo. Isso reforça a importância de sempre buscar orientação jurídica adequada antes de se envolver em qualquer tipo de contrato ou acordo.

Como identificar um ato nulo de pleno direito

Identificar um ato nulo de pleno direito pode parecer complicado, mas com algumas dicas, você pode ter uma boa noção:

1. Legalidade:

A primeira coisa a verificar é se o ato ou contrato está em conformidade com a lei. Se houver qualquer ilegalidade, é provável que seja considerado nulo de pleno direito.

2. Capacidade das Partes:

É crucial verificar se todas as partes envolvidas têm a capacidade legal para participar do ato ou contrato. Por exemplo, menores de idade ou pessoas legalmente incapazes podem necessitar de autorização para participar de certos contratos. A incapacidade de uma das partes pode resultar na nulidade do ato ou contrato.

3. Elementos Essenciais:

Todo ato ou contrato deve conter todos os elementos essenciais para ser válido. Isso inclui assinaturas de todas as partes envolvidas e um objeto de contrato lícito.

A ausência de qualquer um desses elementos pode tornar o ato ou contrato nulo.

4. Consulta Profissional:

Quando em dúvida, é sempre aconselhável procurar a orientação de um profissional. Advogados são especialistas em identificar a nulidade de pleno direito e podem fornecer orientações valiosas sobre os próximos passos.

Entender a nulidade é fundamental para proteger você e outras pessoas de atos inválidos e injustos. E lembre-se, em caso de dúvida, não hesite em procurar a ajuda de um profissional. A prevenção é sempre a melhor defesa quando se trata de questões jurídicas.

O que é justiça arbitral?

A partilha do direito real de usufruto de imóvel

Você já teve algum problema ou desentendimento com uma outra pessoa? Imagine se houvesse uma maneira de resolver esses conflitos sem precisar ir para um tribunal, sem toda aquela burocracia e demora. 

Pois é, isso é possível com algo chamado justiça arbitral. É uma alternativa inteligente e amigável para resolver essas disputas, sem precisar passar por todo o processo judicial, que costuma ser estressante. 

Elaboramos esse artigo para mostrar o que é a justiça arbitral, como ela funciona, além das suas vantagens e desvantagens. Continue conosco até o fim da leitura e fique por dentro.

O que é a justiça arbitral?

A justiça arbitral oferece uma abordagem alternativa para resolver conflitos, diferenciando-se do sistema judicial convencional. 

Este método envolve as partes que estão em disputa concordando em se submeter à decisão de um ou mais árbitros, selecionados por ela. Geralmente, esses árbitros são especialistas no campo específico da controvérsia, o que lhes permite oferecer uma resolução informada e adequada.

A estrutura do tribunal arbitral é composta por uma equipe de árbitros, que podem ser profissionais de diversas áreas, como advogados, médicos, engenheiros, entre outros. A função do tribunal é atender às demandas de pessoas físicas e jurídicas relacionadas a conflitos sobre seus bens patrimoniais, sejam eles disponíveis ou indisponíveis e transigíveis.

Como funciona?

O processo começa com um acordo de arbitragem, que pode estar incluído em um contrato inicial ou ser acordado após o surgimento da disputa. Esse acordo estabelece que as partes aceitam submeter suas divergências a um painel de árbitros em vez de recorrer a um tribunal convencional.

Após isso, as partes precisam selecionar os árbitros que comporão o tribunal arbitral. Isso pode ser feito de várias maneiras, dependendo do que foi acordado. Os árbitros podem ser escolhidos diretamente pelas partes envolvidas ou por uma instituição de arbitragem, que pode ter regras específicas para a seleção dos árbitros.

O procedimento arbitral propriamente dito começa com a parte requerente apresentando uma notificação de arbitragem, na qual são detalhadas as questões em disputa. A parte requerida, por sua vez, tem a oportunidade de apresentar sua resposta, incluindo provas, documentos e testemunhas em sua defesa.

Durante o processo, podem ser realizadas audiências para que as partes exponham seus argumentos e apresentem suas provas perante os árbitros. A natureza e a duração dessas audiências podem variar conforme o acordo das partes e a complexidade do caso em questão.

Finalmente, após analisar todas as provas, argumentos e depoimentos, os árbitros emitem uma decisão final conhecida como laudo arbitral. Essa decisão é vinculativa para as partes envolvidas e tem o mesmo efeito legal que uma sentença judicial, sendo obrigatória para ambas as partes.

Vantagens da justiça arbitral

Existem diversas vantagens em escolher esse tipo de solução para conflitos. Conheça as principais:

  • Rapidez

Uma das vantagens da justiça arbitral é sua rapidez, ao contrário dos tribunais judiciais, que podem levar anos para serem resolvidos, enquanto o juízo arbitral, muitas vezes, pode ser concluído em questão de meses. 

  • Confidencialidade 

Ao contrário dos processos judiciais, que na maioria das vezes são abertos ao público, a justiça arbitral é um procedimento privado. Isso implica que as disputas podem ser resolvidas de forma confidencial, preservando a reputação das partes envolvidas e mantendo informações sensíveis fora da exposição pública.

  • Flexibilidade

Todas as partes envolvidas têm mais controle sobre o processo na justiça arbitral do que em um tribunal tradicional. Elas podem escolher o local, os árbitros, idioma, legislação aplicável e método para apresentação de provas. Essa flexibilidade costuma ser bem mais vantajosa, já que o processo pode ser adequado conforme necessidades específicas de cada situação.

  • Especialização

As partes podem escolher árbitros que tenham experiência e conhecimentos específicos sobre o assunto em disputa, desde que haja comum acordo entre todos os envolvidos. Isso pode levar a decisões mais adequadas e justas.

  • Aplicabilidade em diversas áreas 

A justiça arbitral não se limita apenas às disputas comerciais; ele pode ser usado em uma variedade de áreas, como disputas trabalhistas, de família, imobiliárias e até mesmo em questões de direitos autorais.

Desvantagens do juízo arbitral

Mas como nem tudo são flores na área do direito, embora o juízo arbitral tenha muitas vantagens para aqueles que fizeram essa opção, também existe uma desvantagem que deve ser considerada:

Limitação de recurso

Em alguns casos, as partes podem ter recursos limitados contra a decisão do árbitro do processo, já que na arbitragem não são admitidos recursos. Isso significa que, se uma delas discordar daquilo que foi decidido, pode ser difícil ou até mesmo impossível recorrer, o que pode resultar em insatisfação com o resultado.

Conclusão

Em resumo, a justiça arbitral é uma alternativa valiosa para resolver disputas de maneira rápida, confidencial e especializada. Muitas pessoas e empresas escolhem essa modalidade para evitar os altos custos, longos prazos e incertezas associados ao sistema judicial convencional.

Se você está enfrentando um conflito e busca uma solução alternativa, a justiça arbitral pode ser uma excelente opção a se considerar. Com sua agilidade, confidencialidade e flexibilidade superiores, ela proporciona uma forma eficaz de resolver conflitos cotidianos de maneira justa e pacífica.

Entendendo a Averbação Premonitória

averbação premonitória. Moça loura segurando envelope

Você já ouviu falar sobre averbação premonitória? Pode parecer um termo complicado, mas não se preocupe.
Elaboramos esse artigo que vai explicar de forma simples e clara o que é e como ela pode ser importante para proteger seus direitos.

O que é averbação premonitória?

A ação de execução, embora concebida para simplificar e garantir o pagamento das dívidas, frequentemente não alcança o sucesso almejado pela parte interessada. No entanto, ela, a execução, possui mecanismos destinados
a garantir eficácia na recuperação dos valores devidos.

Um desses instrumentos é a averbação premonitória, que tem como objetivo alertar e prevenir.

A averbação premonitória (art. 828 do CPC) é uma medida utilizada no âmbito da execução judicial para informar aos órgãos competentes sobre a existência de uma ação em curso contra o devedor. Ou seja, é divulgação ao
público da existência de uma ação de execução contra alguém.

Essa divulgação pública tem o propósito de dificultar a alienação dos bens do executado durante o processo de execução. Ao alertar os órgãos responsáveis pelo registro dos bens do devedor, como cartórios de registro de
imóveis e de veículos, a divulgação premonitória procura evitar que o devedor transfira os seus bens para terceiros sem garantir a quitação da dívida em questão, ou seja fraudulentamente.

Isto é, a averbação premonitória funciona como uma precaução para proteger o direito do credor durante o processo de execução, evitando que o devedor se desfaça de seus bens de maneira a prejudicar a satisfação do crédito.

Contudo, é importante salientar que o credor, caso utilize de forma prejudicial ao devedor a averbação premonitória, poderá ser responsabilizado pelos danos que causar, o que acarreta o dever de indenizar.

Diz o Código de Processo Civil que, após a formalização da penhora em bens do devedor suficientes para quitar a dívida, o credor terá prazo de 10 dias para cancelar as averbações dos outros bens não penhorados. Além disso, o devedor tem direito à indenização se o credor realizar uma averbação claramente indevida.

Etapas da averbação premonitória

Logo quando a execução é admitida pelo juiz, o credor pode solicitar uma certidão do processo respectivo contendo informações cruciais, como, por exemplo, a identificação das partes envolvidas e o valor da causa.

Esta certidão é fundamental para que o credor possa dar início ao processo de averbação premonitória em diferentes registros, conforme a natureza do bem que se deseja preservar, como Cartórios de Registro de
Imóveis e outros órgãos competentes.

O objetivo principal dessas averbações é garantir que haja bens suficientes para serem penhorados e, assim, se obter futuramente a quitação da dívida executada.

Vantagens

A vantagem substancial para o credor ao realizar a averbação premonitória é que ele passa a ter uma presunção absoluta de que qualquer alienação ou ônus sobre o bem foi feita de forma fraudulenta à execução.

Essa presunção evita discussões futuras sobre a boa ou má-fé do terceiro adquirente, uma vez que a averbação premonitória torna pública a existência da ação de execução. Isso significa que terceiros não poderão alegar
desconhecimento da situação legal do bem que estiver gravado com o ônus em questão, já que a averbação premonitória serve como aviso público e legal da existência da execução em curso. Dessa forma, o credor protege o seu direito de receber o que lhe é devido.

Conclusão

A averbação premonitória é uma ferramenta legal importante para proteger direitos e interesses nos processos de execução. No entanto, sua correta aplicação e eficácia dependem de uma compreensão profunda da
legislação pertinente e dos procedimentos adequados.

Nesse sentido, contar com o auxílio de um advogado qualificado é essencial para garantir que a averbação premonitória seja realizada de forma precisa e eficiente, evitando problemas futuros e assegurando a proteção dos
direitos das partes envolvidas.

Usuários de transporte público podem buscar indenização contra concessionárias?

REsponsabilidade das concessionárias de transporte publico

A responsabilidade objetiva das concessionárias de transporte público está no centro de debates jurídicos, onde se discute a obrigação dessas empresas em situações de acidentes ou danos aos passageiros.

No cerne das responsabilidades legais, as concessionárias de transporte público são frequentemente o epicentro de debates e disputas judiciais. A questão central que permeia esses embates é a noção de responsabilidade objetiva dessas empresas em situações que envolvem acidentes ou danos aos passageiros.

Compreender profundamente esse conceito, sua aplicação e suas implicações legais é essencial tanto para os usuários do transporte público quanto para as próprias empresas que operam nesse setor crucial da infraestrutura urbana. Continue a leitura desse artigo e saiba mais a respeito desse assunto.

O que é responsabilidade objetiva da concessionária de transporte público?

A responsabilidade objetiva da concessionária de transporte público é um princípio fundamental no direito que visa proteger os passageiros e terceiros em caso de acidentes ou danos durante o uso dos serviços de transporte. Em termos simples, significa que a empresa pode ser responsabilizada pelos danos causados, independentemente de culpa direta.

No contexto das concessionárias de transporte público, isso implica que, mesmo que a empresa tenha seguido rigorosamente todos os procedimentos de segurança e manutenção, ela ainda pode ser considerada responsável por acidentes que ocorram durante o transporte de passageiros.

Imagine-se em uma situação em que, mesmo seguindo todos os protocolos de segurança e manutenção, um ônibus ou trem de uma concessionária de transporte público sofra um acidente. Nesse cenário, a responsabilidade objetiva implica que a empresa pode ser obrigada a indenizar as vítimas pelos danos sofridos, mesmo que não tenha havido negligência comprovada por parte da concessionária.

Essa abordagem é crucial para proteger os direitos dos passageiros e terceiros, uma vez que o transporte público é uma parte essencial da vida urbana, conectando pessoas a trabalho, escola, saúde e lazer.

Ao responsabilizar objetivamente as concessionárias, a lei busca assegurar que essas empresas mantenham altos padrões de segurança e manutenção em suas operações, além de garantir que as vítimas de acidentes sejam devidamente compensadas por quaisquer danos sofridos.

Portanto, a responsabilidade objetiva não apenas protege os interesses dos passageiros, mas também serve como um incentivo para que as concessionárias de transporte público invistam constantemente em medidas de segurança e manutenção, visando prevenir acidentes e garantir a segurança de todos os usuários do sistema.

Interpretação jurídica e decisões relevantes

A interpretação da responsabilidade objetiva das concessionárias de transporte público nos tribunais brasileiros tem sido objeto de debate constante. Enquanto algumas decisões judiciais têm enfatizado a obrigação das empresas em garantir a segurança e o bem-estar dos passageiros, outras consideram fatores como imprevisibilidade e caso fortuito na análise da responsabilidade.

Essa variação na interpretação pode levar a uma certa incerteza jurídica, tanto para as concessionárias quanto para os usuários do transporte público, e levanta questões sobre a consistência e previsibilidade do sistema jurídico.

Impacto nos usuários e nas empresas

Para os usuários do transporte público, entender a responsabilidade objetiva das concessionárias pode significar uma maior sensação de segurança ao utilizar esses serviços.
A conscientização de que há uma base legal para buscar compensação por danos pessoais em caso de acidentes pode proporcionar mais tranquilidade aos passageiros.

Além disso, essa compreensão pode incentivar as empresas a investirem mais em medidas de segurança e prevenção de acidentes, visando não apenas cumprir suas obrigações legais, mas também preservar sua reputação e a confiança do público.

Por outro lado, para as concessionárias, a noção de responsabilidade objetiva implica em uma abordagem mais proativa em relação à segurança dos passageiros e à gestão de riscos.

Investir em manutenção preventiva, treinamento de motoristas e tecnologias de segurança não é apenas uma questão de cumprir as exigências legais, mas também uma estratégia para proteger o bem-estar dos passageiros e evitar possíveis processos judiciais que possam surgir em decorrência de acidentes.

Além disso, a reputação da empresa pode ser profundamente impactada por incidentes de segurança, afetando não apenas a confiança do público, mas também sua posição no mercado.
Segurança como prioridade compartilhada

Em um contexto onde a segurança dos passageiros é uma preocupação primordial, a questão da responsabilidade objetiva das concessionárias de transporte público assume um papel de destaque. Essa análise não

apenas influencia as decisões judiciais e molda as práticas operacionais das empresas, mas também tem um impacto direto na vida cotidiana dos cidadãos que dependem desses serviços para se locomover nas cidades.

Em última análise, tanto os passageiros quanto as concessionárias têm um interesse compartilhado em garantir um ambiente de transporte público seguro e confiável para todos os envolvidos, e a compreensão e aplicação adequadas da responsabilidade objetiva desempenham um papel fundamental nesse processo.

Segurança como prioridade compartilhada

Em um contexto onde a segurança dos passageiros é uma preocupação primordial, a questão da responsabilidade objetiva das concessionárias de transporte público assume um papel de destaque. Essa análise não

apenas influencia as decisões judiciais e molda as práticas operacionais das empresas, mas também tem um impacto direto na vida cotidiana dos cidadãos que dependem desses serviços para se locomover nas cidades.

Em última análise, tanto os passageiros quanto as concessionárias têm um interesse compartilhado em garantir um ambiente de transporte público seguro e confiável para todos os envolvidos, e a compreensão e aplicação adequadas da responsabilidade objetiva desempenham um papel fundamental nesse processo.

Notificação extrajudicial: entenda a importância desse instrumento, antes de ingressar com uma ação no Poder Judiciário

O que é uma notificação extrajudicial?

A notificação extrajudicial é um documento formal, utilizado para comunicar uma pessoa ou empresa sobre uma informação, exigência ou intenção. Geralmente enviada por meio de um serviço postal com AR (Aviso de Recebimento) ou oficial de registro (quando feita em cartório), hoje o envio da notificação extrajudicial também pode ser feito por e-mail. Sendo essa a modalidade escolhida, a recomendação é marcar as opções de confirmação de recebimento e leitura.

Propósito da notificação extrajudicial 

O propósito desse documento é informar sobre um direito ou dever específico, buscando uma solução amigável antes de partir para uma ação judicial. Sua importância está justamente em tentar resolver a questão ou pendência sem envolver o judiciário ou, diante da necessidade de iniciar um processo judicial, provar que houve a tentativa de resolução de forma conciliatória.  

Quando pode ser usada? 

A notificação extrajudicial pode ser usada sempre que haja interesse em documentar uma determinada questão, em uma variedade sem fim de situações legais e comerciais. Alguns exemplos são descritos na sequência:   

  • Comunicar informações importantes: A notificação extrajudicial pode ser usada para notificar alguém sobre mudanças nas condições de um contrato, informar sobre um problema ou questão legal, comunicar a intenção de encerrar um acordo, dentre outras motivações.

  • Exigir o cumprimento de obrigações e constituir o devedor em mora: O documento pode ser enviado para exigir que alguém cumpra com obrigações contratuais, como o pagamento de dívidas ou a entrega de mercadorias, ou legais, como fazer silêncio após determinado horário. Se as obrigações forem contratuais e as partes não as vincularam a um determinado prazo, a notificação é essencial para constituir o devedor em mora. Nessa situação, expirado o prazo concedido na notificação, o devedor inadimplente estará sujeito ao pagamento de eventual débito, acrescido de correção monetária e juros de mora, assim como a indenizar o credor por eventuais perdas e danos decorrentes da demora no cumprimento da obrigação.

  • Registrar provas legais: A notificação extrajudicial também pode ser usada para criar um registro formal de uma comunicação ou exigência, o que pode ser útil em casos futuros, quando não há consenso e a disputa ou o litígio vai para a esfera judicial.

  • Prevenir conflitos futuros: Em muitos casos, o envio de uma notificação extrajudicial pode resolver uma questão ou conflito sem a necessidade de recorrer a um processo judicial, economizando tempo e dinheiro para todas as partes envolvidas.

A notificação extrajudicial substitui a ação judicial?

Não. Embora uma notificação extrajudicial seja uma ferramenta útil para resolver disputas e questões legais de maneira amigável, ela não substitui a ação judicial. Se a parte que recebe a notificação permanece inerte e não responde ou não cumpre as demandas solicitadas no documento, a outra parte, que enviou a notificação, ainda pode optar por propor uma ação judicial para resolver o problema. 


O que acontece se não houver resposta no prazo determinado?

A falta de resposta pode ser interpretada como uma concordância tácita ao conteúdo da notificação ou implicar em consequências legais. Portanto, ignorar uma notificação extrajudicial nunca é uma decisão acertada, já que o remetente pode entrar com uma ação judicial contra quem deixou de responder.

Posso pedir um prazo maior para responder?

O prazo para resposta da notificação extrajudicial deve vir especificado no documento. Em alguns casos, é possível requerer um prazo adicional para resposta, mas para isso é indispensável entrar em contato com a parte que enviou a notificação, documentando o pedido sobre o novo prazo.

O que deve conter na resposta?

A resposta deve conter a sua posição sobre o assunto, podendo aceitar, recusar ou propor uma solução alternativa. É essencial ser claro, objetivo e apresentar argumentos consistentes. Existindo dúvidas, consulte um advogado. O jurista poderá redigir ou responder uma notificação extrajudicial, garantindo que ela atenda aos requisitos legais e proteja os direitos e interesses do contratante. 

Respondendo uma notificação extrajudicial

Antes de mais nada, compreenda claramente as alegações, preocupações ou demandas da outra parte. Isso evitará mal-entendidos. Havendo discordância do que foi apresentado na notificação, defenda seus direitos e apresente sua versão sobre os fatos. 

O ideal é sempre tentar afastar-se do problema antes de responder ou fazer isso depois de passado o primeiro impacto pelo recebimento da notificação. Dessa forma, tente fazê-lo de maneira construtiva, sem agressividade ou ironias. Tenha em mente que o objetivo é evitar ações judiciais, que podem ser demoradas e custosas.

Ao responder, uma sugestão é fazer uma retrospectiva, reunindo fatos passados que possam ser relevantes em uma breve síntese, de forma a contribuir para a negociação e também ser útil para preservar evidências, no caso de uma disputa legal. 

Mantenha o registro da resposta e de todas as comunicações subsequentes. Caso a negociação seja infrutífera, isso mostrará sua boa-fé e disposição para resolver o problema de forma justa.

Conclusão

Muitas vezes, as notificações extrajudiciais são o primeiro passo em direção à negociação, dando início ao diálogo para extinguir o conflito amigavelmente. Por isso, responder uma notificação extrajudicial dentro do prazo é crucial para proteger seus direitos e evitar consequências desnecessárias, como a de a outra parte tomar medidas legais diversas. 

Precisando de orientação jurídica para lidar com a notificação, especialmente se a situação for complexa ou se você não estiver seguro sobre como proceder, consulte um advogado. Ele poderá ajudar a redigir a notificação extrajudicial ou respondê-la de forma apropriada, tomando as medidas necessárias para proteger seus interesses.

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Como proceder em casos de violência doméstica

A violência doméstica é um grave problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, existem leis e mecanismos de proteção específicos para lidar com esse tipo de situação. Neste artigo, forneceremos orientações sobre como proceder em casos de violência doméstica, visando à proteção e ao suporte às vítimas.

Reconheça a violência doméstica

O primeiro passo é reconhecer que você está enfrentando uma situação de violência doméstica. A violência pode ser física, emocional, sexual ou patrimonial, e pode ocorrer em qualquer tipo de relacionamento, seja entre cônjuges, parceiros, pais e filhos, ou outros membros da família.

É fundamental compreender que você não está sozinha e que existem recursos disponíveis para ajudar.

Busque apoio

Em casos de violência doméstica, é essencial buscar apoio de pessoas confiáveis, como familiares, amigos ou vizinhos e compartilhar sua situação. Elas podem oferecer suporte emocional, orientações e até mesmo abrigo temporário, se necessário.

Denuncie à polícia

A denúncia é um passo crucial para enfrentar a violência doméstica. Entre em contato com a polícia local e relate a situação. Ela tem o dever de proteger você e pode tomar as medidas necessárias para garantir sua segurança. Forneça todas as informações relevantes, como o nome do agressor, os incidentes de violência ocorridos e qualquer evidência disponível.

Busque orientação jurídica

Procure um advogado especializado em direito de família e violência doméstica para obter orientações jurídicas adequadas. Um advogado pode ajudá-la a entender seus direitos, auxiliar na obtenção de medidas protetivas, como uma ordem de restrição, e guiá-la durante todo o processo legal.

Entre em contato com os órgãos de assistência

Existem diversos órgãos de assistência que podem oferecer suporte e orientação às vítimas de violência doméstica. Alguns deles são:

Delegacia da Mulher

A Delegacia da Mulher é especializada em casos de violência contra a mulher. Ao entrar em contato com essa delegacia, você terá acesso a profissionais treinados para lidar com essas situações e receberá o suporte necessário para seguir em frente.

Centros de Referência de Atendimento à Mulher

Os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs) são espaços que oferecem acolhimento, orientação jurídica, assistência social e psicológica às mulheres vítimas de violência. Procure o CRAM mais próximo de você para obter ajuda e suporte.

Disque 180

O Disque 180 é um serviço telefônico gratuito e confidencial, que funciona 24 horas por dia. Ele oferece informações, orientações e encaminhamentos para casos de violência contra a mulher. Você pode ligar para o Disque 180 para receber apoio emocional, esclarecer dúvidas e obter orientações sobre como proceder.

Procure ajuda psicológica

A violência doméstica pode deixar marcas emocionais profundas. Procure um profissional de saúde mental, como um psicólogo, para receber apoio psicológico e ajuda para lidar com as consequências emocionais da violência. Um psicólogo poderá fornecer técnicas de enfrentamento, auxiliar na reconstrução da autoestima e contribuir para o processo de cura.

Conclusão

A violência doméstica é um problema grave, que exige uma resposta imediata. Se você está enfrentando essa situação, lembre-se de que não está sozinha. Reconheça a violência, busque apoio, denuncie à polícia, procure orientação jurídica e entre em contato com os órgãos de assistência disponíveis. A proteção e a segurança são direitos fundamentais, e existem recursos e profissionais prontos para ajudar você a superar essa situação difícil.

 

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Os aspectos legais da mediação no Brasil

mediação

A mediação é uma forma de resolução alternativa de conflitos, que tem ganhado espaço no Brasil. Trata-se de um método em que as partes envolvidas em uma disputa buscam a solução de seus problemas por meio de um mediador imparcial, que auxilia na comunicação e na negociação entre elas. Este artigo aborda os principais aspectos legais da mediação no Brasil, desde sua regulamentação até sua aplicação prática em diferentes contextos.

Cada vez mais, é preciso considerar qual meio de resolução de conflito será utilizado para cada caso especificamente, abandonando-se a obsoleta ideia da inevitável judicialização.

A Lei de Mediação (Lei nº 13.140/2015)

A Lei de Mediação é a principal norma que regula a prática da mediação no Brasil. Ela estabelece as diretrizes, os princípios e as condições para a realização da mediação, tanto judicial quanto extrajudicialmente. Entre os princípios fundamentais da mediação, destacam-se a imparcialidade do mediador, a confidencialidade das informações, a autonomia das partes e a decisão informada.

A escolha do mediador e os requisitos legais

A escolha do mediador é um aspecto crucial no processo de mediação. A Lei de Mediação estabelece que o mediador deve ser pessoa capaz, com formação específica em mediação e que atenda aos requisitos de idoneidade e competência técnica. Além disso, é fundamental que o mediador seja imparcial e não possua qualquer interesse no conflito, garantindo a isenção necessária para conduzir o processo de forma adequada.

A capacitação do mediador

A formação e a capacitação do mediador são aspectos fundamentais para garantir a qualidade do processo de mediação. A Resolução nº 125/2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estabelece as diretrizes para a formação e a certificação de mediadores judiciais e extrajudiciais. Essa resolução determina, entre outros aspectos, a carga horária mínima de cursos e a necessidade de atualização periódica dos mediadores.

É ela um grande marco no avanço da mediação no sistema legislativo brasileiro, com consequência direta na elaboração da Lei acima mencionada.

A mediação judicial e a mediação extrajudicial

A mediação pode ser realizada tanto no âmbito judicial quanto no extrajudicial. A mediação judicial ocorre quando o conflito já está sendo discutido perante o Poder Judiciário, e o juiz determina a realização da mediação como forma de solucionar a disputa. Já a mediação extrajudicial ocorre antes do início de um processo judicial, e as partes envolvidas buscam a resolução do conflito de forma autônoma, sem a interferência do Poder Judiciário. Também é possível, e muito recomendável, haver a mediação extrajudicial durante a tramitação do processo, suspendendo-se o seu andamento para tanto.

Os benefícios da mediação extrajudicial

A mediação extrajudicial apresenta diversas vantagens em relação à judicialização de conflitos. Entre os benefícios, destacam-se a agilidade na resolução da disputa, a redução dos custos processuais, a preservação do relacionamento entre as partes e a possibilidade de soluções criativas e personalizadas, sem delegar para terceiros o que deve ser decidido por si próprio.

A homologação judicial dos acordos de mediação

Os acordos de mediação podem ser homologados judicialmente, conferindo-lhes força executiva. Isso significa que, uma vez homologado, o acordo tem o mesmo efeito de uma decisão judicial, podendo ser executado em caso de descumprimento. A homologação judicial dos acordos é prevista tanto na Lei de Mediação quanto no Código de Processo Civil (CPC), garantindo segurança jurídica às partes envolvidas. Quando o próprio envolvido toma a decisão sem delegá-la a terceiro, e não sendo obrigado a tomá-la, reduz fortemente o índice de descumprimento.

A mediação em diferentes áreas do direito

A mediação pode ser aplicada em diversas áreas do direito, como em conflitos familiares, empresariais, trabalhistas, ambientais, entre outros. Em cada área, a mediação pode ser adaptada às particularidades do caso e às necessidades das partes envolvidas, possibilitando soluções específicas e adequadas ao contexto.

Mediação familiar

O âmbito familiar é uma das áreas em que a mediação tem ganhado destaque no Brasil. Ela é especialmente indicada para resolver conflitos relacionados a questões de família, como divórcio, guarda de filhos, pensão alimentícia e partilha de bens. A mediação familiar busca preservar o relacionamento entre as partes e minimizar os impactos negativos do conflito, especialmente no que diz respeito aos filhos envolvidos.

Mediação empresarial

Nos conflitos empresariais a mediação tem sido cada vez mais utilizada. Ela é aplicável a conflitos entre empresas, sócios ou entre empresas e clientes, envolvendo questões contratuais, comerciais, societárias e outras. A mediação empresarial permite que as partes encontrem soluções rápidas e eficazes, evitando a judicialização de conflitos e contribuindo para a preservação de relacionamentos comerciais que se perpetuam ao longo do tempo.

A importância da cultura da mediação no Brasil

A disseminação da cultura da mediação no Brasil é fundamental para a consolidação desse método de resolução de conflitos. A capacitação de mediadores, a conscientização dos profissionais do direito e a informação à população são fatores cruciais para que a mediação seja cada vez mais utilizada e reconhecida como um meio adequado, eficiente e justo de solução de disputas.

Os advogados têm um papel fundamental no processo de mediação, atuando como assessores e representantes de seus clientes. Eles são responsáveis por orientar as partes envolvidas sobre seus direitos e deveres, bem como auxiliar na negociação e na elaboração dos acordos de mediação. Além disso, os advogados podem contribuir para a disseminação da cultura da mediação, incentivando a utilização desse método de resolução de conflitos sempre que possível.

Conclusão

A mediação se apresenta como uma opção eficiente e flexível para a resolução de conflitos no Brasil, abrangendo diversas áreas do direito e trazendo benefícios significativos, como a agilidade, a redução de custos e a preservação de relacionamentos. A legislação brasileira, por meio da Lei de Mediação e das diretrizes do Conselho Nacional de Justiça, estabelece um arcabouço jurídico sólido e consistente, que visa a garantir a qualidade e a efetividade do processo de mediação. A capacitação de mediadores e advogados, bem como a disseminação da cultura da mediação, são fundamentais para o avanço dessa prática no país e para o reconhecimento de seu potencial como uma alternativa justa e eficaz na solução de disputas.

Guia completo para divórcio: tudo o que você precisa saber

guia do divórcio

O divórcio é uma decisão difícil e dolorosa para muitas pessoas. É uma experiência que envolve emoções intensas e uma grande quantidade de questões legais e financeiras. Se você está considerando se divorciar, é importante entender o processo e ter ao menos alguma ideia sobre os seus direitos.

Neste guia, iremos abordar tudo o que você precisa saber sobre o divórcio, desde as etapas do processo até a divisão de bens e pensão alimentícia. Acompanhe-nos!

 

Etapa 1: Resolução Amigável

Antes de entrar com um processo de divórcio, é importante que você tente resolver a situação de forma amigável com seu cônjuge. O divórcio amigável é uma opção menos estressante e cara para ambas as partes envolvidas.

Mesmo nesta etapa, é importante contarem com a ajuda de um advogado para auxiliá-los a chegarem a um acordo sobre questões como pensão alimentícia, divisão de bens e guarda dos filhos. Muitas vezes, o conflito é alimentado pela desinformação.

Embora a figura do advogado normalmente seja associada ao conflito, vale dizer que os melhores profissionais estão habilitados para reduzi-lo, inclusive se valendo de técnicas as mais variadas, como as da comunicação não-violenta (CNV).

Etapa 2: Entrada com o Processo

Se o divórcio amigável não for possível, a próxima etapa é entrar com o processo de divórcio. Para isso, é necessário contar com um advogado especializado em direito de família, que será incumbido de elaborar a petição inicial.

A petição inicial é um documento que contém as informações básicas do casal, como nome, endereço e a manifestação da vontade de se divorciar. É por meio dela que se solicita a abertura do processo de divórcio. Não é preciso informar os motivos pelos quais se busca o fim do casamento. A simples declaração de não desejar mais permanecer casado é suficiente para que o juiz decrete seu fim.

Etapa 3: Resposta do Cônjuge

Após a entrada com a petição inicial, o cônjuge será notificado e terá um prazo para apresentar sua resposta. Nesta etapa, é importante lembrar que o divórcio pode ser contestado, o que torna o processo mais demorado e complexo.

Na verdade, ao contestar, o cônjuge não pode se opor ao pedido de divórcio propriamente dito. Afinal, ninguém é obrigado a permanecer casado. Se o “sim” que foi pronunciado no dia da cerimônia de casamento se transformar em “não”, a parte pode pedir o divórcio e a lei não prevê empecilho para sua decretação.

Nesta etapa, o que o notificado pode fazer é se opor aos pedidos relativos à partilha de bens, guarda ou pensão tal como apresentados pela parte contrária. Exemplo: na petição inicial, uma das partes propõe o regime de guarda unilateral dos filhos, enquanto a outra deseja o regime de guarda compartilhada, e daí por diante.

Se o cônjuge não apresentar a resposta dentro do prazo estipulado, o divórcio será considerado como não contestado, o que acelera o processo.

Etapa 4: Audiência de Conciliação

Após a resposta do cônjuge, normalmente é realizada uma audiência de conciliação, com o objetivo de tentar resolver as questões do divórcio de forma amigável.

Nesta etapa, é importante que ambas as partes compareçam à audiência, acompanhadas de seus advogados. Caso as questões não sejam resolvidas, e havendo necessidade de produzir prova oral, o juiz designará uma data para uma segunda audiência. Contudo, caso não se deseje produzir prova oral, que consiste em ouvir testemunhas ou na tomada do depoimento pessoal das partes, uma segunda audiência não se fará necessária.

Etapa 5: Divisão de Bens e Pensão Alimentícia

Uma das principais questões do divórcio é a divisão de bens e pensão alimentícia. Na hora de dividir os bens, é importante lembrar que não se trata apenas dos bens materiais, mas também dos bens imateriais, como a guarda dos filhos e a pensão alimentícia.

A divisão de bens deve ser feita de forma justa e equilibrada, levando em consideração as contribuições de cada um durante o casamento. Neste momento, terá grande peso o regime de bens escolhido pelos cônjuges no momento do casamento, pois cada regime de bens possui efeitos próprios.

Já a pensão alimentícia é um valor destinado ao sustento dos filhos. E quanto ao próprio cônjuge? Sendo cada vez mais comum ambos trabalharem, é rara a fixação de pensão para o “ex” e, quando feita, respeita determinado período de tempo. Com relação aos filhos, a responsabilidade é conjunta – de pai e mãe –, devendo, porém, ser observada a proporcionalidade dos ganhos de cada um. Não cabe, por exemplo, dividir em partes iguais as despesas dos filhos se um dos responsáveis tem rendimentos três vezes superiores ao do outro.

Etapa 6: Decisão Final

Após todas as etapas do processo, o juiz irá emitir uma decisão final sobre o divórcio, que deve ser respeitada por ambas as partes. Nesta decisão, serão definidas questões como a guarda dos filhos, a pensão alimentícia e a divisão de bens.

É importante lembrar que o divórcio não é o fim do mundo, e sim uma nova etapa na vida de cada um. É fundamental manter a calma e buscar o auxílio de profissionais especializados para garantir que seus direitos sejam respeitados e que o processo seja realizado da forma mais tranquila possível.

Conclusão

O divórcio é um processo complexo e delicado, que envolve emoções intensas e questões legais e financeiras importantes. Para garantir que o processo seja realizado de forma tranquila e justa, é fundamental buscar o auxílio de um advogado especializado em direito de família.

Neste guia completo para divórcio, abordamos todas as etapas do processo, desde a resolução amigável até a decisão final do juiz. Esperamos ele tenha ajudado a entender melhor o processo de divórcio.

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A inclusão de pets em testamento – É possível nomear um pet como herdeiro?

É cada vez mais comum vermos pessoas se relacionarem com seus animais de estimação como se fossem entes da família. Até há quem diga preferir se relacionar com os bichos em lugar dos seres humanos.

Exageros à parte, fato é que essa qualidade de vínculo leva à preocupação com o bem-
estar do animal caso venha a perder seu tutor. Daí, surge a seguinte pergunta: se você
quiser incluir seu pet no seu testamento, como isso é visto no direito brasileiro?

Essa situação sequer é imaginária. Certa vez, atendi uma promotora de justiça. Vou
chamá-la de Maria. Maria era solteira e não possuía filhos. Seu grande companheiro e
paixão era o John Travolta, um pequeno cão. Num exame de rotina, foi descoberta uma
doença grave. Não no animalzinho, mas em Maria! Como John Travolta era bem jovem,
sua perspectiva de vida ia muito além do prognóstico dado pelo médico a Maria. Com
sorte, ela teria mais um ano; já John Travolta poderia somar mais uns dez.

Sendo promotora de justiça, Maria sabia não ser possível deixar seus bens para o
animal. No direito brasileiro, embora os animais sejam protegidos, eles não têm
personalidade jurídica a ponto de poderem titularizar patrimônio.

O que Maria poderia fazer – e fez –, foi nomear, por testamento, um cuidador para John
Travolta. Evidentemente, deixou para este cuidador uma reserva financeira suficiente
para garantir não só o custeio das despesas necessárias aos tratos do animal, como
também para remunerar o cuidador. Isso pode ser feito com maior ou menor
detalhamento.

É claro que o simples fato de o testador nomear um futuro cuidador para o animal não
obrigará a pessoa a aceitar a incumbência. Portanto, para que esse tipo de
planejamento possa produzir os efeitos esperados será fundamental eleger pessoa de
confiança e deixe claras as condições para a guarda e cuidado do animal.

Pets em testamento e valores

Outra questão importante é que, ao incluir um pet em um testamento, é necessário
levar em consideração a proporção dos valores. Caso o testador deixe um valor muito
expressivo, é possível que o ato seja contestado pelos herdeiros, que podem alegar ser
ele excessivo, procurando, assim, invalidá-lo. Há formas de contornar isso, sendo
recomendável consultar um advogado especializado na área, pois devem ser levadas em
conta as particularidades do caso.

Por fim, vale destacar que, mesmo não sendo possível destinar bens ao animal, é
possível reservar recursos para uso de quem venha a substituir o tutor em caso de
morte, o que, do ponto de vista prático, acaba tendo efeitos equivalentes. O importante
é que os tutores de animais de estimação possam garantir a segurança e o bem-estar de
seus bichinhos mesmo após a sua morte, o que é possível desde que tomem as
precauções necessárias e respeitem as disposições legais sobre o assunto.

Quer saber mais sobre testamentos? Consulte um advogado especializado na área. É
mais simples e barato do que você imagina!

Sou Antoin Khalil, sócio do FRK Advogados. Deixe sua curtida e siga o nosso Canal! Com
isso, você nos incentivará a produzir cada vez mais conteúdo. Forte abraço!

Evicção na compra e venda de bens: a perda do bem, se um terceiro for declarado verdadeiro dono

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Quem compra bem móvel ou imóvel pode vir a perdê-lo, se um terceiro for declarado como o verdadeiro dono.

João compra um bem móvel ou imóvel e, tempos depois, por decisão judicial ou ato administrativo, é compelido a entregá-lo para uma terceira pessoa, alheia ao negócio.

Nessa situação, em que João pagou pelo preço, mas perdeu o bem por desconhecer ser seu dono um terceiro, como ficam seus direitos? João teria algum direito a reivindicar? Se sim, de quem poderia reivindicá-lo? Há prazo para isso?

Quando alguém compra um bem e, posteriormente, descobre-se que o referido bem não pertencia a quem o vendeu, mas a uma terceira pessoa, pode ocorrer a “evicção”.

Em linhas gerais, a evicção se dá quando o comprador (evicto) perde o bem, parcial ou totalmente, diante de reivindicação feita por terceiro, o qual, por decisão judicial ou ato administrativo, é declarado como verdadeiro dono do bem (evictor).

Cumpre ressaltar que a evicção e a aplicação de seus efeitos dependem do preenchimento de alguns requisitos. São eles:

Perda parcial ou total do bem, por decisão judicial ou ato administrativo, que declare outra pessoa, que não o vendedor, como sua verdadeira dona;

O bem perdido deve ter sido adquirido pelo comprador (evicto) de forma onerosa ou, quando de forma gratuita, sob condição onerosa, como ocorre, por exemplo, na doação de terreno imóvel para um fim específico, como o de nele ser construída uma casa;

O direito do terceiro deve ser anterior ao negócio firmado entre vendedor e comprador; e,

O comprador não pode conhecer do litígio, hábil a declarar terceira pessoa como a verdadeira dona do bem. Do contrário, estaríamos diante de contrato aleatório, no qual não se aplicam os efeitos da evicção, presumindo-se ter o comprador assumido o risco pela perda da coisa, inclusive para obter desconto no preço.

A título de exemplo, observados os requisitos especificados, pode ocorrer evicção na:

a) compra de um terreno de quem não tem a posse ou a propriedade do bem;
b) compra de um bem posteriormente penhorado e levado a leilão por dívidas do vendedor;
c) compra de um bem sem saber que um terceiro tinha preferência na sua aquisição;
d) compra de um bem desapropriado para utilidade pública; etc.

Contra a perda do bem não há muito a ser feito pelo comprador (evicto), embora a ele prevaleça a “garantia legal” inerente aos efeitos da evicção.

Nesta toada, a legislação, ao antever a possibilidade de evicção nas relações onerosas de compra e venda de bens, estabeleceu que o comprador (evicto), que perde o bem para terceira pessoa (evictor), pode demandar do vendedor a perda. Cobrando dele: (CC, Art. 450):

Restituição integral do preço pago, aqui abarcado o valor do bem ou parte dele à época em que se operou a evicção;
Indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir ao evictor;
Indenização pelas despesas dos contratos e demais prejuízos resultantes da evicção; e
Ressarcimento das despesas processuais com custas e honorários de advogado.

Na perda parcial do bem, o comprador (evicto) pode pedir a rescisão do contrato e a indenização pelos prejuízos. Não tratando-se de perda significativa e diante do interesse em continuar com o bem, pode requerer apenas indenização proporcional ao preço da parte perdida.

Se houver a perda do objeto por culpa do comprador (evicto) ou fato alheio à sua vontade (força maior ou caso fortuito, a exemplo de furto, roubo ou perecimento da coisa), não será permitida a demanda contra o vendedor.

Com relação ao prazo para que o comprador (evicto) possa exercer o seu direito de demandar pelo recebimento das garantias legais da evicção em face do vendedor, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ser o prazo de 3 (três) anos, tendo em vista sua natureza indenizatória.

Finalmente, diferentemente do vício redibitório, que consiste em um defeito oculto existente no próprio bem objeto do negócio, na evicção o defeito é formal, inerente à titularidade do direito sobre o bem.

Como se nota, embora o assunto tenha sido abordado em linguagem simples, acessível e didática, não se trata de algo fácil de se compreender ou lidar. Portanto, seja na hora de realizar a compra e venda de bens (momento ideal para se analisar a fundo a respectiva documentação) ou estando diante de aparente “evicção”, é importante procurar um advogado experiente em Direito Civil e contratos, para orientação profissional.

 

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